CONSELHO DA AGÊNCIA INTERNACIONAL ATÔMICA SE REUNIRÁ EM VIENA MUITO PREOCUPADO COM O NÍVEL DE ENRIQUECIMENTO DE URÂNIO NO IRÃ

grossiO Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) vai realizar  sua reunião regular de março, a partir da próxima segunda-feira (6), em Viena, na Áustria. Vários assuntos estarão na pauta desta vez, como a segurança nuclear e radioativa;  fortalecimento às atividades da Agência relacionadas à ciência, tecnologia e aplicações nucleares; verificação e monitoramento do Irã à luz da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas;  aplicação de salvaguardas na República Popular Democrática da Coreia; Acordo de Salvaguardas do TNP com a República Islâmica do Irã; segurança nuclear, proteção e salvaguardas na Ucrânia; e transferência de materiais nucleares no contexto da AUKUS (pacto militar anunciado por EUA, Reino Unido e Austrália). O diretor-geral Rafael Mariano Grossi abrirá a reunião com uma declaração introdutória, que ainda será divulgada, mas o Irã e a guerra da Ucrânia serão temas centrais.

Segundo a AIEA, partículas de urânio enriquecidas a níveis próximos dos necessários para a produção de bombas atômicas foram encontradas em uma instalação no Irã. Segundo um relatório restrito da agência, essas partículas, com quase 84% de pureza, foram encontradas na Usina de Enriquecimento de Combustíveis Fordow, instalação nuclear subterrânea localizada a cerca de 32 quilômetros a nordeste da cidade de Qom. Os níveis de enriquecimento são próximos aos 90% necessários para a produção de bombas nucleares. A agência quer esclarecimentos para determinar a origem dessas partículas. O relatório será apresentado na próxima semana, nesta reunião do Conselho de Governadores. O Irã negou qualquer intenção de adquirir uma arma nuclear, e explicou que a eventual presença desse tipo de partícula pode ser por causa de “flutuações involuntárias” durante o processo de enriquecimento. O documento da AIEA revela que as discussões com o Irã para esclarecer o assunto estão em andamento, observando que “esses eventos indicam claramente a capacidade da AIEA de detectar e relatar mudanças na operação de instalações nucleares no Irã”.

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